1000 Escudos 1956 - Portugal

Acabei de incorporar na minha coleção esta nota rara de 1000 Escudos (Chapa 8, 1956) e cada detalhe conta uma página da nossa História!

Emitida pelo Banco de Portugal em 1956 (Estado Novo) e impressa pela Bradbury, Wilkinson & Co. (Inglaterra), esta nota é cobiçada pela sua beleza, simbolismo e raridade relativa.

🔸 Anverso

Do lado esquerdo, ergue-se o imponente Mosteiro da Batalha (construído entre 1386 e 1563), obra-prima do gótico tardio, mandado erguer por D. João I para celebrar a sua vitória na Batalha de Aljubarrota (1385).

À esquerda, pormenor da nota que mostra o Mosteiro da Batalha. À direita, por cima, vemos o túmulo de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Por baixo deste, vemos uma imagem do Mosteiro, com destaque para uma estátua equestre a simbolizar a Batalha de Aljubarrota.

Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha. O túmulo no centro é de D. João I e D. Filipa.

À direita, vemos o retrato de D. Filipa de Lencastre (1359-1415), princesa inglesa que se tornou Rainha Consorte de Portugal através do casamento com D. João I, em 1387, no âmbito da Aliança Luso-Inglesa contra o eixo França-Castela. Juntos fundaram a Ínclita Geração – e ambos repousam no Mosteiro da Batalha.

Curiosidade: A imagem de D. Filipa de Lencastre foi retirada de uma iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal, de Simon Bening (1483-1561), existente na British Library, em Londres.

À esquerda, pormenor da nota que mostra um retrato de D. Filipa de Lencastre. À direita, pormenor de uma iluminatura da Genealogia dos Reis de Portugal com destaque na D. Filipa.

🔹 Reverso

Reverso da nota de 500 Escudos.

Por baixo, Padrão dos Descobrimentos. Acima deste, grupo escultórico persente na nota.

Grupo escultórico retirado do Padrão dos Descobrimentos, representando:

• Ao centro: Rainha D. Filipa;

• À direita: Fernão Mendes Pinto (1510/14 – 1583), aventureiro, mercador e escritor que percorreu o Oriente, autor da célebre Peregrinação, onde mistura factos e fantasia numa narrativa vibrante;

• À esquerda: D. Fernando (1402 – 1443), o “Infante Santo”, oitavo filho de D. João I e Filipa de Lencastre. Em 1437 integrou a expedição a Tânger sob o comando de D. Henrique, mas foi capturado pelos mouros após o cerco fracassado. Levado para Fez, suportou condições brutais, recusando apostasias - preferiu a fé cristã à própria liberdade. Faleceu a 5 de Janeiro de 1443. O reconhecimento do seu martírio levou ao translado do seu corpo para o Mosteiro da Batalha, onde repousa junto da sua família.

🔸 Marca d’ água

Retrato de Fernão Mendes Pinto.

🔹 Dimensões: 163 x 104 mm

🔸 Curiosidade final

Esta nota viria a ter uma emissão modernizada posterior — Chapa 8A, de 1961 — mantendo os mesmos elementos principais, com exceção do Mosteiro da Batalha, que foi retirado do anverso.